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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Apenas parece que o sol saiu antes da hora, que a nuvem mudou o rumo, que os carros andaram em vias totalmente contrárias, que enfim tudo aconteceu e não apenas um continuar do mesmo, mesmo tudo estando ainda com aquela mesma forma que nunca foi pretendida, não fizemos assim, eu me lembro e você também me disse, faltou os ingredintes? Não, foi tudo colocado do jeito que sempre pensamos, foram anos de conversas, sonhos, projetos, eu me lembro e você também, eramos tolos e jovens, hoje continuamos tolos apenas menos jovem, ou menos sonhadores, mais incrédulos,  eu pensei em tudo de uma vez agora, vamos colocar tudo aquilo que riamos achamos que dariam certo? Deram certo? Existiram mesmo fora de nossos encontros? Eu nunca tive respoasta prontas, nem você, sempre tivemos duvidas, desvaneios, viagens mudas feitas em cumplicidade de nossos olhares, tudo feito na imensidão de nossos pequenos mundos, tudo exposto para nos dar a impressão, a tal de impressão, de que caberiamos no mundo, e o mundo nunca, jamais, caberia em nós, nunca...

domingo, 24 de abril de 2011

Dois ou apenas uma Ode

Foram eles eu sei, foram eles que me levaram daqui
Por eles eu tentei libertar logo tudo de uma vez 
Ir sem saber se voltar era possivel, se sonhar era cabivel
Se era necessário chegar ao fim, 
se seguiriamos o mesmo intinerante
mas fomos e no mesmo estante, no mesmo impulso,
na mesma hora, eles me convidaram, 
me chamaram em unissimo
e eu fui, e partimos, sozinhos, num plural,
juntos, com os dedos entrelaçados, com o horizonte abraçado
caminhando com eles fui ao norte, tendo-os como bussula
sem se importar com o destino final, pra onde eles
sem saber me levariam, e assim fizeram, e assim levaram
levaram o barco, meio sem rumo, sem prumo
e no istante em que a viagem terminou
eles me olharam, com o passaporte da volta, 
com o inevitável adeus de mais uma partida, 
sem conter mais nenhuma chegada
Foram eles, eu sei, me mostraram com quantos mundos
pode-se viver, pode-se criar, e por eles foram todos criados
e foram habitados, habilitados, compartilhados
e assim os fizeram de passagem, caminho,
 feito o rito humano de seguir, de não se importar,
e no fim não olharam, e foi assim
que me ouviram apenas dizer
vais, mais vais sabendo, que foram sim,
Foram eles... foram eles eu sei, 
foram eles que me levaram daqui...

quarta-feira, 20 de abril de 2011

A tal da Referência





Quando eu falei que amor era outra coisa, a outra coisa era essa, e viva as loucas referências e influências...

terça-feira, 19 de abril de 2011

Som Novo

domingo, 10 de abril de 2011

E todos os dias eu o mato
Esse parco sentimento, esse louco insano,
Mas insistentemente no outro dia ele está lá
Esse  merda desse sentimento, eu o mato
mas ele, ele ressussita sempre, sempre, sempre...

O Bônus ou o Fim

Durante algum tempo, entrar sair parecia normal, parecia certo, natural, ali estavam sempre tudo disposto em seus devidos lugares, mesmo assim Você me diz_ Não olhe!!!. E eu te digo_ Não ame!! Você me diz_ É tarde demais....E assim, como se no silêncio fosse feito um pacto, você se descobre sozinha em algum lugar próximo e distante, mesmo com todos ao seu lado, mesmo que eu te fite sem saber dessa tua solidão tumultuada, nesse lugar onde tudo não cabe, tudo ali é parte de uma outra vida, de uma outra pessoa, o silêncio, o sentimento de se deixar ficar no outro mundo, mesmo não estando mais ali torna tudo cortante e literalmente frio, você apenas não consegue ir e eu não consigo fazer você ir, nem ao menos deixar você ir, sendo isso a ultima, a única opção, e de certa forma fico pedindo calado, dizendo que você pode ficar, que tudo vai enfim entrar nos eixos, que vamos achar o bônus disso tudo, que iremos perceber onde está o nosso norte e fazer com que eles de alguma forma se encontrem, assim como as outras pessoas fazem, vamos conseguir entre tropeços traçar o nosso norte, em conjunto, nosso fabuloso e delirante conjunto,  também te digo em silêncio_Quem vai questionar o voo dos mosquitos acasalando no espaço do quarto e minha maldade em acabar com o amor, em não deixa-los chegar ao climax _ Eles também podem amar, do jeito deles, sabia?_ E assim entravamos em uma discurssão sobre a vida fora daquele lugar. Era Vida? Era e bem mais interesante que algumas outras por aí, acabamos  por descobrir juntos depois, esse depois que veio como o fim do tubo de pasta compartilhado que você não gostava de saber se ainda havia e reclamava todos os dias pela manhã, e sempre com a mesma expressão de "como você consegue gostar disso, como ainda não mudamos? Você e suas teorias, eu e as palavras, você e eu em nossas incertezas, você e sua aversão a palavras repetidas, eu e meus livros nunca colocados em ordem, nunca arrumados, você e seus medos de insetos, eu e minha falta de paciência em tirá-los do caminho, mas mesmo assim nenhum de nós teve até aquele momento a coragem de dizer para o outro_ Vamos cada um para um lado, e seguir em lados opostos. Levo-te a janela e penso em dizer_ fecha os olhos e vai sem medo, você não quer mais voltar e eu preciso te deixar ir, e assim ficamos os dois a olhar o chão lá embaixo, num silêncio que é nosso, vendo as pessoas que passam , os sons que cortam tudo menos o nosso silêncio da nossa relação que já não existe, que insistimos em deixar o fim pra depois, achando que do nosso desleixo vai surgir ainda algo que se mostre como um prêmio, uma ajuda de alguma legião de alguma boa estranha vontade, que ajuda relações a nãos e findarem, a não esmoecerem, alguma que traga o antidoto que beberemos e num instante tudo fique do jeito que parecem naqueles seus filmes, nos comerciais, enfim nos outros, e até em nós mesmos, em nosso sonho conjunto de montar um mundo, mas o nosso mundo entrou em orbita errada, numa nebulosa nuvem de cansaço e muita poeira corrosiva, nós não ficamos disponíveis ao mundo criado, cada um ficou a divagar sobre seus interesses, sobre seus contentamentos, onde e como em algum lugar que fizemos a escolha, aquela escolha velada, de seguir sem interesses conjuntos,  e fomos nos isolando, sem termos o medo de buscar o fim.... E  foi assim, mesmo ainda estando juntos a olhar o mundo  daqui de cima, que os dois ja sabem, o que ficou foi o que fizemos, na nossa silênciosa urgencia de ver o infinito, de fazer escolhas conjuntas, fizemos a mais dolorosa e ardente escolha, aquela onde perdemos o bônus e escolhemos o fim...
Mas se algum dia, talvez
A saudade apertar
Não se perturbe
Afogue a saudade
Nos copos de um bar
Creia
Toda quimera se esfuma
Como a beleza da espuma
Que se desmancha na areia


                                          Ary Barroso, Risque

terça-feira, 5 de abril de 2011

Depois de tanto Blá-Blá-Blá