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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Foi simples a primeira vez, e rápido, por um brevíssimo instante não se recordava de nada, era como se ela não existe naquele instante, sua memória foi interrompida assim como sua existência que parecia não ter sido sua, não tinha vida, não havia passado por nada, isso durou segundos que mais pareciam horas a fio, abriu os olhos, enfim percebeu os seus a sua volta; seu marido, seus pertences do quarto, do qual o marido também a partir daquele instante se parecia como mais um dentro do quarto, ali, junto com suas lembranças que pareciam ter uma inconstância terrível, num segundo era nada e depois voltavam a ser tudo, num instante eram porto seguro daquilo que ela havia sido e que lhe fazia tão bem e era tão importante, no outro tornavam-se medo e inconstância, umas desorganizadas lembranças e sensações de tempo em desalinho e perdido no redemoinho de fragmentos que não diziam nada, sentimos que não pareciam ter sido vividos por ninguém e que apenas estavam ali pra atrapalhar a sua tentativa de ser constante.

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