Pages

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Quando a Vergonha na Cara Acaba 02

Quando o vinho ainda estava posto na taça, durante o inicio da intensa vida que existia no momento do amor dos dois...Billy Holiday ao som, a penumbra do quarto, que esalava toda a essência de pensamentos e cheiros e folhas, papel e tinta, sexo e lonçol, roupa e medo.Tudo num só espaço mínimo, que ali, quando só ele, ela, o vinho, o som, o cheiro, o quarto, eram donos do mundo intenso ao seu redor, um rock blues inebriante, os dois eram loucos no sentir, sentiam as vibrações e as paixões, existiam para unir os mundos e desunir tudo depois em volta, ela não entendia, ele não falava, mas sempre se amavam, intensamente naqueles momentos raros de união de seres solitários, era um amor sem posse, com conteúdo, um silêncio que era o mola mestra, o fio condutor que os levavam a experimentar todas as sensações de tom e toque, era uma afinidade louca e pesada, a noite passava, o vinho ao meio, os sabores e calores no topo, eles no contato enérgico, não se colocavam como vitimas, nem esperançosos no amanha, cada um tinha sua dose no vinho do querer e entender o outro, o viver do outro, as intensidades dos dois, e assim chegava o vinho ao fim, as dores no ápice, os sabores no medo, a paixão no canto, a intensidade nos lençóis, os dois no quarto, o amor no meio, o fim na taça.....

0 comentários:

Postar um comentário