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quarta-feira, 23 de junho de 2010

Sombras


Não me lembro onde tudo começou, se foi por um breve instante, e que por ter vindo tão sorrateiramente me deixei levar por esses pensamentos, lembro que era aniverário de mais um de meus muitos anos, acordei como de costume, vi o quarto e ele ao meu lado como de custume, tudo estava exatamente posto em seu lugar, tudo como de costumes, mais só uma coisa não estava certa, a minha sombra, ela não estava em mim, não estava perto, junto, como deveriam estar todas as sombras de todas as pessoas no mundo, não, ela estava longe, muito longe do habitual, estava sentada na minha cadeira de ler, que a anos esta colocada entre a porta e criado mudo, de frente pra cama, tomei um susto quando a vi, estava indocil, senti que ela queria me dizer algo, me fitava o tempo todo, me julgava, eu sentia que me julgava, mesmo não ela não tendo feições nitidas, eu via cada um de seus julgamentos, cada um de seus olhares de reprovação, não entendia como nem porque ela tinha se rebelado daquele maneira, tentei levantar e lhe tocar, mais ela saia e no segundo posterior ja estava em outra parte do quarto, na porta entre a suite e o quarto, sempre com aquele semblante de reprovação.....Tentei voltar pra cama, tentei olhar pra meu marido ao lado e acorda-lo mais ele nem ao menos se mexeu com todo o acontecido, com todos os gritos de espanto meus e com toda a carga de julgamentos que pairavam no quarto, levantei enfim fui a cozinha tentando me livrar dela que sempre me seguia, conversei banalidades com Maria, mais não conseguia nem prestar atenção no que ela dizia, não me importava com almoço especial de meus muitos anos, onde todos estariam em volta de uma mesa por mim preparada, feita, arrumada, alinhada, como tudo sempre foi, todos nos seus devidos e aconchegantes lugares, com seus respectivos pares e proles, tudo postamente quase que fincado, pelos muitos anos de uma unica maneira, era só a minha maneira, e todos se habituaram com isso, meus filhos que vieram e foram criados assim, viveram assim, de certa forma foram meio aprisionados no meu jeito de tudo estar disposto em seu lugar,fui pro jardim, na esperança de que ela saísse, que o sol me despertasse dessa loucura e que tudo iria esquentar meu cérebro, esse que hoje estava me pregando uma bela peça, me deixando confusa com o fato de não estar tudo nos conformes, mais nada mudou, ela ficou ainda ali, me olhando, me analisando, me julgando, começarama chegar o convidados daquele que seria o masi confuso almoço, me marido veio sentar-se ao meu lado, e ela não parava de fita-lo agora com o sembalnte confuso de pena e consternação, pensei em todos os porques daquilo, por que a pena pra ela e nçao pra mim, que estava sem sombra, ele nunca demostrou que eu pudesse ter pena, por que ela, que é pedaço de mim estava sentido aquilo, porque ali percebi que o que ela sentia me afetava, eu meio que sentia metade daquilo, e fui me entristecendo ao ver ele ali do meu lado, tantos anos de desprendimento, amor incondicinal, que nunca foram sinceramente recíprocos, existia so um gostar, que anos viraram em acostumar-se ao afeto, ao carinho, ao lugar disposto, as conversar banais, a vida agora percebida meio banal, nunca brigamos, nunca explodimos, e verdadeiramente por nenhum instante, percebi olhando-o sem a sombra e com a sombra, nunca nos apaixonamos, nunca fui aquela que o esperava aflita a sua volta pra casa, esperava simplismente, sem conter nada de sonhos conjuntos, eu quis ter filhos, eu os tive, eu quis educá-los, eu os eduquei, ele apenas participou mais não com opniões severas, amavá-os e os ama ate hoje, mais não me contrariava em nada, acho que com medo de que eu desaprovasse aquilo e partice com todos os seus amores de uma vida, a vida de um homem que poderia ter sido muito mais do que ele mesmo suponha, mais porque optou por não ser, tristimente não foi ser aquilo que em seus sonhos de adolescente desejava, e eu passei a entender naquele dia, minha sobra fez o que eu nunca tive coragem de fazer, sair e perceber que ele estava ali, por mim por todos esses anos mais não eu não consegui estar ali com ele, ali não estive nem por um segundo, não eu e nem minh sombra que nessa manha conseguiu, mesmo comigo deixando tudo quase sem possibilidades de mudança, se livrar de mim, e me mostrar o quanto o fiz ser menos, menos pai, menos amado, menos ele, e que só estava ali uma sombra do que poderia ter sido, uma sombra do que ele foi, uma sombra, apenas uma triste e melancólica sombra.....

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